segunda-feira, 9 de maio de 2011

MEDIAÇÃO ESCOLAR: Não é uma técnica, é um modo de ser

Dia 27 de abril do presente ano assisti a uma palestra com a Dra. Marilene Marodin, Presidente do Instituto Nacional de Mediação e Arbitragem (INAMA), em que foi tratado sobre a mediação como nova cultura de implantação da paz e prevenção de violência nas instituições escolares.

A Palestrante com intuito de contextualizar o tema, primeiramente apresentou um breve histórico da mediação e após o seu conceito.

A mediação escolar surgiu nos Estados Unidos na década de 70. Lá se implantou a mediação como disciplina teórica curricular e também como prática. O aluno interessado em exercer o papel de mediador precisava fazer um curso preparatório. Os conflitos entre os alunos eram trazidos para um dos seus pares. Com o passar do tempo percebeu-se que a mediação dentro da escola resultou na melhora da auto-estima dos alunos, no melhor rendimento escolar, como também no relacionamento entre os alunos.

No Brasil alguns Estados já estão trabalhando com a mediação escolar.

Quanto ao conceito, a mediação pode ser definida como uma maneira de tratar questões conflitivas em vários âmbitos através do resgate da comunicação que foi rompida entre duas pessoas.

Foi destacado, ainda, que o mediador deve ser alguém isento ao conflito. O papel do mediador será estabelecer um clima de cooperação, respeito,diálogo, integração, com objetivo de buscar o entendimento entre as pessoas por meio da palavra. A consequência será a construção de uma cultura de paz.

A pessoa que vai exercer o papel do mediador, após passar pelo curso de formação, terá, consequentemente, sofrido uma mudança de paradigma. Por quê? Porque os valores mediadores precisam ser incorporados, o que vai resultar na mudança de pensar, agir, falar e sentir.

Para que a mediação ocorra no ambiente escolar primeiro é necessário que o mediador tenha o apoio da Instituição para que a sua autoridade seja legitimada; segundo é preciso que haja uma concepção integrativa do aluno/filho tanto pela Instituição como pela Família.

Aqui se abre um parêntese para destacar o seguinte: até o início do século XX o núcleo familiar cuidava da educação dos filhos. Com a Revolução Industrial veio necessidade dos pais saírem para trabalhar fora, acarretando a transferência desse papel para a escola.

E como está a relação da família com a escola?

A escola e família estão em lados opostos e cada uma responsabilizando a outra pelos problemas que estão surgindo com os alunos/filhos.

Dessa forma, percebe-se que é a hora da escola e a família trabalharem juntas na comunidade. Isso resultará numa compreensão ampla das relações (pais-filho/aluno-escola), e não mais de uma forma fragmentada.

Por fim aponta-se que as mudanças que estão ocorrendo na sociedade, família e na escola, faz crescer de importância a mediação. Os conflitos atuais precisam ser tratados não mais pela violência, através de jogos de poder, mas sim através do diálogo e da escuta dos argumentos do outro com o fim de se estabelecer uma cultura de paz.

Karina B. Nassif Azen

Fonte: ENA.ADV.BR

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