quinta-feira, 27 de março de 2014

Aciap de Barra Mansa lança câmara de mediação.

Matéria do site Diário do Vale de 26/03/2014 - segue link: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/1,87252,Aciap%20de%20Barra%20Mansa%20lanca%20camara%20de%20mediacao.html#axzz2x9ydR0LR


Barra Mansa
A Aciap de Barra Mansa, em parceria com a CDL-BM (Câmara de Dirigentes Lojistas), Sicomércio-BM, e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), lançaram durante a tarde de ontem, a Câmara Municipal de Mediação, que tem como objetivo ser uma forma mais rápida e fácil para solucionar conflitos de forma extrajudicial entre empresários e consumidores. 
- Somos pioneiros e pode ter certeza que isso será uma tendência. Hoje, existem 90 milhões de processos na justiça, e muitos podem ser resolvidos com uma conversa entre as partes envolvidas. Em muitas vezes, o processo é mais caro do que a dívida cobrada, por isso, a mediação é o melhor caminho – falou o presidente da Aciap de Barra Mansa, Arivaldo Corrêa Mattos, que ainda destacou que mostrou a ideia para a juíza da justiça do trabalho que a aprovou.
- Na justiça existem várias processos por questão de R$ 50 e você percebe que é mais pessoal do que a dívida em si. Por isso, a conversa é o melhor caminho. Às vezes a pessoa quer apenas ser ouvida, e a outra quer expor a sua situação, e isso não é caso de justiça. A mediação é o melhor caminho – completou.
Ainda segundo Arivaldo, com a mediação, além de resolver os problemas pendentes, o consumidor não perder o principal, que é o seu cliente.
- Às vezes acontece algo e ele sai magoado com aquele estabelecimento e entra na justiça por causa disso. Mas com a mediação, eles vão poder conversar e se acertar. Com isso, ele não vai se sentir injustiçado e nem revoltado, e vai continuar sendo cliente daquele lugar – enfatizou Arivaldo.
Já o presidente da CDL-BM, Alicio Camargo, destacou como é importante essa Câmara de Mediação para os lojistas, pois para ele, é uma grande economia para os negócios.
- Ela é interessante, pois evita causas judiciais que não são necessárias, e com isso, traz uma grande economia para o comerciante. O tempo e dinheiro que ele vai perder na justiça, ele pode aplicar no seu comércio – destacou. 
94% de aprovação
32 mediadores realizaram um curso institucional de mediação no Sebrae, onde foram instruídos sobre como mediar uma conversa. A consultora internacional do Sebrae, Márcia Rosa, especialista em resolução de conflitos, esteve presente no lançamento da Câmara e falou sobre os seus benefícios.
- Vai devolver o poder para as pessoas. Se eu posso resolver, vamos conversar para tentar nos acertar. Não precisa ir para a justiça. Ambos vão poder expor as suas reais emoções e também ouvir o outro lado, para se colocarem no lugar dele. Com isso as pessoas se expressam melhor e tudo pode se resolver de forma mais amigável – disse.
Márcia ainda lembrou dos diversos prejuízos que os empresários sofrem quando sua empresa tem que responder algo na justiça.
- Mesmo com a pressão da justiça, os empresários têm que continuar produzindo. E quanto suas empresas ficam negativadas, eles querem resolver de qualquer jeito o débito, mas nem sempre podem na hora. Então aí que entra a mediação, onde ele vai poder expor os seus problemas para buscar uma melhor solução para acabar com essa dívida – falou Márcia que fez questão de destacar que o primeiro pensamento será nas pequenas empresas.
- A mediação é um ato de boa fé e autonomia de vontade. As pessoas que se propõem a ir acreditam que vão resolver. 94% das pessoas que procuraram a mediação em outros estados e cidades saíram satisfeitos. Isso prova a eficácia do serviço – encerrou. 
Mediadores multidisciplinares

Dos 32 mediadores formados, apenas dez são advogados, já outros são professores e engenheiros, entre outras profissões, o que comprova que a mediação é uma atividade multidisciplinar. Manoel Duarte é engenheiro e foi um dos que recebeu o certificado e está apto para mediar uma causa.
- Realizamos muitos exercícios, tivemos bastantes aulas sobre o assunto e também andei lendo muito. Estamos preparados para começar a atuar e a expectativa é muito grande, assim como tudo em que se faz pela primeira vez – revelou Manoel que ainda destacou que apesar da falta de experiência na área judiciária, ele usará o bom senso para mediar às conversas.
Diferente de Manoel, o advogado Francisco Ronaldo Vieira, tem experiência na área judiciária, porém, acredita que no papel de mediador, sua ação será muito diferente.
- Já temos um treinamento para fazer um acordo da forma judicial, porém, dessa vez, não iremos interferir em nada. Iremos apenas mediar e eles que irão propor o acordo. Deixamos eles expor os sentimentos, assim, tiramos aquele desejo de vingança que muitas vezes acompanham eles, assim, eles ficam mais leves e o acordo acontece – falou Francisco.
- Não tem jeito, o futuro será a mediação, pois vai desafogar muito o sistema judiciário. Muitos mal entendidos acabam na justiça, quando na verdade, podem ser resolvidos com uma simples conversa – completou.

Como funciona 
Ao se sentir lesado de alguma forma, o consumidor ou o empresário, deverá procurar a Câmara de Mediação na Aciap-BM e expor o seu problema para o Secretário Geral. Ciente do caso, ele irá convocar a outra parte e explicar o que está acontecendo.
Caso ele concorde com uma mediação, o Secretário irá mostrar uma lista com os 32 mediadores e eles poderão escolher quem irá mediar o caso. Não é obrigatório os dois escolherem o mesmo mediador, porém, caso a escolha seja diferente, os dois deveram arcar com os custos de ambos, ao contrário de quando o escolhido é apenas um, que nesse caso, os custos serão divididos entre os dois.
Para casos onde o valor colocado como negociação for acima de R$ 1.000, será cobrado 5% desse valor para pagar o mediador e os demais custos.  Abaixo desse valor, os envolvidos terão duas opções: ou complete o valor que falta para chegar a R$ 1.000, assim pagando os 5%, ou aguardar um mutirão, que será organizado pelas instituições, e irá atender diversos casos de uma só vez. Nessa hipótese, a mediação será gratuita.
Quem propõe a mediação que irá estipular os valores para o acordo. Porém, caso não se consiga chegar a um acordo sobre ele, o Secretário Geral, que é um advogado, poderá determinar o valor. O secretário também tem o poder de influenciar na decisão final da mediação, diferente dos mediadores que apenas podem mediar a conversa, sem interferir em nada.

Dinâmica

A dinâmica da mediação será a seguinte: primeiro o mediador irá ouvir durante cinco minutos, em uma sala separada, o lado que está acusando. Depois, da mesma maneira, irá ouvir o lado que está se defendendo. Após isso, ele irá propor que os dois sentam e conversem sobre o assunto, até chegar a um acordo.  Lembrando que ambas as partes podem desistir da mediação a hora que quiserem.






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