Além da palestrante, participaram da
mesa diretora dos trabalhos a vice-governadora do Estado do Ceará,
Izolda Cela; a vice-procuradora geral de Justiça, Vanja Fontenele; a
promotora de Justiça Iertes Gondim; o secretário-chefe de Gabinete da
Prefeitura Municipal de Fortaleza, Francisco Queiroz; a vice-ouvidora do
MPCE, Maria Magnólia Barbosa; a representante da Associação Cearense do
Ministério Público, Liduína Martins; a presidente da Comissão Especial
de Mediação, Conciliação e Arbitragem da Ordem dos Advogados do Brasil,
Maria Darlene Monteiro; o presidente do Sindicato de Transportes de
Passageiros (Sindiônibus) Dimas Barreira; e a mediadora do Núcleo de
Mediação da Parangaba, dona Pedrina de Araújo.
A promotora de Justiça Iertes Gondim
agradeceu a todos os parceiros, mediadores e a todos os integrantes da
rede que forma o sistema de garantia de direitos que contribuem para o
funcionamento do Núcleos de Mediação. Ela registrou seu reconhecimento
ao pioneirismo da implantação do trabalho pela ex-procuradora geral de
Justiça Socorro França e pelo promotor de Justiça Edson Landim. “O
trabalho de mãos dadas é que nos impulsiona a seguir em frente, com
mediadores de 18 a 83 anos. Temos que ter fé, porque o nosso Deus é o do
impossível”, disse, ao acrescentar a importância do projeto de mediação
escolar encampado pelos promotores de Justiça Hugo Lucena (da Infância e
Juventude) e Elizabeth Oliveira (de Defesa da Educação).
A vice-procuradora geral de Justiça,
Vanja Fontenele, destacou que o trabalho de mediação era caro não só
para o Ministério Público, mas para toda situação mundial, em que se
constata toda forma de conflito. Ela recordou a inauguração da primeira
Casa de Mediação no bairro Pirambu. “Tenho muito orgulho de ter
participado daquele momento histórico. Éramos 18 mediadores e a metade
desistiu, porque não é fácil. Só ficaram os que se identificaram. Hoje,
somos 135 mediadores. Isso significa que a luta valeu a pena. Que a
mediação reproduza a mensagem de amor e de paz que tanto precisamos”,
comemorou.
A vice-governadora, Izolda Cela,
mostrou-se honrada em participar daquele momento tão relevante para o
MPCE. Para ela, a expectativa é a de que o programa de mediação seja
expandido cada vez mais, uma vez que havia tantas pessoas compromissadas
com a causa. “Vocês estão prestando um serviço relevante à pátria e à
cidadania. Os mediadores já fazem uma prestação de contas à sociedade
pelo seu trabalho. Não tenho dúvida de que estamos fazendo uma melhoria
ao tecido social”, disse. Ela declarou que não temos como enfrentar a
violência se não melhorarmos a promoção do diálogo respeitoso, o qual
faz parte da mediação de conflitos.
Por meio da sua história e do seu corpo,
a palestrante Kareemi provou que grandes tragédias podem se transformar
nas maiores oportunidades para a realização pessoal e profissional. A
jornalista, que atuava como executiva de mídia em grandes redes de
comunicação do país, teve sua vida transformada no Réveillon de 2012,
quando sofreu um grave acidente que a deixou entre a vida e a morte e
ocasionou a amputação de seu braço direito.
Buscando a interatividade com a plateia,
Kareemi enfatizou que sua conversa era sobre vida, que é feita de fatos
encadeados e de conflitos nas relações interpessoais. Mas, o
entendimento e o diálogo para a boa convivência estão embasados na
paciência, como ciência da paz, para ouvir os lados conflituosos. Para
ela, o segundo passo, também de igual importância, está na capacidade de
cada um sentir empatia, que significa colocar-se no lugar do outro.
“Portanto, a mediação voluntária é um trabalho de grande valor, nobreza e
disposição, tendo que ter muito amor, paciência e empatia para
desempenhá-lo”, considerou.
Porém, Kareemi demonstrou preocupação
com a possibilidade de o prazer de ser reconhecido como uma referência
para a comunidade se transforme num prazer maior do que o serviço
prestado, deixando de ser um trabalho voluntário para se tornar um
trabalho por interesse pessoal. Além disso, ela pediu que as pessoas não
usassem mais a expressão “ter um problema”, preferindo mencionar que
ocorreu um fato. “Quando conotamos um fato como problema, isso se torna
um fardo, tencionando-o como uma dificuldade. Quero que instituam que a
palavra problema etá excluída do dicionário da vida de vocês”, disse.
Para ela, viver é resolver fatos e a
arte de se lidar com as adversidades. Kareemi afirmou que o pensamento
positivo dá comando às atividades funcionais de nossas células, uma vez
que as doenças teriam origens emocionais. “A limitação das nossas
capacidades está na mente. O nosso padrão mental pode ser mudado a favor
de uma vida fluida, capaz, hormônica e em paz, concretizando as boas
intenções”, entende.
Através da sua vivência ela argumenta a
possibilidade de ressignificar fatos difíceis da vida e desenvolver
resiliência e aceitação, contagiando os espectadores ao transmitir suas
experiências e fazendo com que as pessoas consigam transportar para as
respectivas vidas a maneira leve que Kareemi tem de ver e viver fatos
tão inusitados desde a infância.
O Programa Núcleos de Mediação
Comunitária do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), a partir da
Coordenação do Programa Núcleos de Mediação Comunitária, pelos
promotores de Justiça Iertes Meyre Gondim Pinheiro, Saulo Moreira Neto e
Ana Claudia Uchoa de Albuquerque Carneiro, tem por finalidades a
transformação e o empoderamento do cidadão para, através da mediação,
dos seus princípios e metodologia, protagonizarem na missão da promoção
da paz a partir do diálogo de maneira responsável e cooperativa na busca
das melhores soluções que satisfaçam a todos e, dessa forma,
emanciparem-se do Estado, gerando autonomia e empoderamento nas suas
ações na resolução de seus conflitos.
Fonte:
Assessoria de Imprensa
Ministério
Público do Estado do Ceará
Nenhum comentário:
Postar um comentário